

Este post é muito especial, já que nos leva de volta a uma da nossas viagens favoritas até agora.

Em 2019 decidimos fazer voluntariado na Sicília e foi uma experiência incrível. Partilhámos o quarto e tínhamos medo de nos cansarmos uma da outra. Já sabíamos que funcionamos melhor à noite e que nunca conseguimos dormir cedo, principalmente quando nos juntamos, mas haviam certos receios porque ambas gostamos de passar algum tempo sozinhas. Resumidamente, não só nos demos muito bem a partilhar espaço e tanto tempo juntas, como também nos aproximámos mais.
Durante dois meses aproveitávamos todo o nosso tempo livre para conhecer a ilha e um dia foi a vez de visitarmos Érice. Chegar lá foi, como sempre, uma aventura…

Algo que aprendemos na Sicília foi confiar que tudo irá correr bem, isto porque nem sempre existem transportes públicos, mesmo dentro de algumas povoações, ou os horários são escassos. Andámos imensos kms a pé e já estávamos quase a desistir, até que finalmente passou um autocarro e nos levou ao teleférico. Foi aqui, em Trapani, que sentimos uma vez mais uma grande hospitalidade e simpatia por parte dos sicilianos.
A viagem de teleférico ainda foi longa, mas por nós podia demorar mais alguns minutos porque a vista é encantadora. Porém, quando chegámos ao topo da montanha ficámos mergulhadas num outro encanto, uma província que parece que parou no tempo e que nos fazia querer ver cada vez mais e cada recanto.
De facto parece que viajámos no tempo, antes de subir estava bastante calor e lá em cima estava uma temperatura bem diferente – felizmente fomos preparadas com camisolas! Este microclima fez-nos lembrar de Portugal, pois isto é muito típico da Serra de Sintra. Por outro lado, a parte medieval lembrou-nos de Óbidos.


Ao fim de visitar alguns dos monumentos e igrejas, encontrámos o sítio onde fizemos a sessão mais espontânea na história do Magma.
Eu estava um pouco mais para trás e a Inês entrou numa pequena porta e chamou-me imediatamente. Assim que entrei percebi o entusiasmo da voz dela e soubemos que teríamos de fazer algo ali. Parecia uma casinha rústica de bonecas. Havia um banco de igreja, de madeira e robusto, repleto de papéis ficando, assim, a parte de cima completamente coberta. Neles podiam ler-se dedicatórias e experiências de anteriores visitantes ao local. O problema foi que o sítio em questão estava a fechar e ninguém parecia saber que estávamos lá. Decidimos arriscar e no fim correu tudo bem e não ficámos lá presas.



Somos duas saudosistas por natureza, então queremos sempre voltar onde fomos felizes. E temos de o fazer um dia, até porque devido a esta sessão acabámos por não ver outras coisas que devem tirar o folego de tão belas que são.
Susana x